Dama

Chegou arrastando a saia vermelha, rebolando aqueles quadris enormes
Os pés, unhas vermelhas, eram santos, cada dedo em seu lugar exato
Os tornozelos entrelaçavam a música tonteando meu espírito
Os cabelos esvoaçavam presos em um rabo de cavalo
Chicoteando meu bom caráter
A barriga, o umbigo, pêlos aloirados me olhando
A branca pele macia roçando
E vem a dama dançando, me embreagando de loucura
Pego em sua cintura e me desmancho como um vira-latas
Aperto seus quadris, trazendo-a para junto do meu corpo
Bailamos a noite
A noite toda
Vem, dama , ja sou todo torpor
O seu calor, me queimando por dentro da camisa branca
A sua boca, tão úmida me mordendo na nuca
As suas mãos, pequenas e poderosas passeando no meu corpo
Vem, dama, me toma pra você.
Seus olhos, o verde encandescente, me deixa assim incoerente
E fico fazendo poemas pra te ter aqui
Porque nos poemas eu posso ama-la e sentir