sábado, 9 de maio de 2009

Temporal


As mãos estão geladas, no peito o coração acelerado por andar rápido.
Tento me cobrir com uma capa, mas é inutil.
Os pés já estão repletos de água e barro, não dá pra andar muito rápido, estão pesados.
Entro numa viela escura, avisto um homem sentado num canto, encostado a uma parede
Não dou muita atenção, não me interessa.
A chuva aperta, meus óculos estão embaçados.
Olho pra cima, na ilusão de tentar ver além das nuvens se há um pequeno espaço
Nada pode ser visto além de raios, rasgando os céus em busca de mostrar o quão são fortes.
Meus olhos cegam repentinamente por alguns segundos.
O frenesi toma conta de mim ao escutar o som do trovão, muito próximo
Deu a impressão de ter levado um tiro nas costas, algo tremeu perto.
Cheguei então a uma rua larga, luzes amareladas, pessoas dentro de um bar, felizes, aparentemente bêbadas.
Passei como um raio por ali, e segui até o portão de casa.
Parei por um momento para procurar a chave, e o vento retirou minha capa da cabeça, fazendo a chuva molhar meus cabelos ruivos.
Parece que os céus queriam refrescar minha cabeça quente
Fechei os olhos, e senti as gotas geladas, elas desciam pelos meus ombros, e me davam um pequeno arrepio.
Retornei a mim então, quando uma luz da garagem foi acesa.
Espirrei e tossi, entrei em casa e fui tomar um belo banho quente...

1 Falaram:

Ana P. disse...

Essa cena, me fez lembrar de uma peça que assisti em fevereiro deste ano, lá na Paulista, no teatro Fiesp... ain, como era o nome??? "Avenida Dropsie". Cara, muito a cara da peça.

Mto visível a cena na minha mente.

Postar um comentário

Obrigada por comentar, meu coração está feliz ;D

 

Get your own Chat Box! Go Large!