segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Rosella


Acordou
Olhou-se ao espelho.
Viu-se brilhante, seios fartos
Boca rosada, olhos cor de mel.
Era o sonho de muitos
Pra muitos era o céu.
Rosella caminhava
O vestido dançava
Corpo violão
Doce tentação
Passou pelo bar
Os bebados assoviaram
Rosella sorriu
E ergueu-se em seu altar
Cabelo cacheado
Rosto angelical
Sentou-se na praça
Olhou pra direita
E viu Roberval
A boca banguela
A roupa rasgada
Sorriu encantado
Abaixou a cabeça
Sorriu com desprezo
Como podia?
Um mendigo olha-la.
Olhou pra esquerda
Viu Alberto
Moço galudo
Peito Troncudo
Sapato brilhante
Sorriu-lhe elegante
Aproximou-se duma rosa
Arrancou selvagemente
Sentou-se com Rosella
E a fez diferente
Os dias passavam
Rosella de branco
Vestido bonito
Em cima dum tamanco
Era toda pomposa
Casamento com valsa
Homem dos sonhos
Casal bonito
Foram pra casa
Começou a vida
E terminou o carinho
Rosella apanhava
Quase todo dia
O homem galudo
Muitas amantes tinha
Não queria saber de mais nada
Só bebia e batia nela
Um dia bateu tanto
Que Rosella fugiu pra praça
E lá, desolada e marcada
Escondeu-se ao lado do lixo
E sentiu a mão no ombro
Olhou desconfiada
E viu um sorriso
Deu-lhe colo
E confortou
Era Roberval
Moço pobre
Meio feioso
Mas de coração nobre
E que jamais a machucaria
Deu-lhe as mãos
Curou-lhe os machucados
Deixou-a no barraco
E foi atras de Alberto
Encontrou-o no bar
Ficaram de frente
Tirou uma faca
Passou-na no dente
Fitou-o no olho
E sem pestanejar
Enfiou-lhe no bucho
Saiu esbaforido
Pegou sua mulher
E fugiu ...

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