segunda-feira, 27 de abril de 2009

A senhora errante

Sentada numa cadeira, mesinha de boteco, cabeça baixa, mãos num cigarro e outra num copo de vinho.

Era bem distinta, diferente das outras pessoas frequentadoras do local.Mas precisava estar ali, para livrar-se dos pensamentos suicidas, das depressões da perda do que não se queria perder.

Bebeu a noite toda, viu as pessoas dançarem e viu as paredes se distorcerem.Acabou com dois maços de um cigarro mentolado.

De repente decidiu pagar a conta, parecia tão certa de si, saiu andando pela chuva, tempo gelado,os cabelos foram molhando-se.

Parou num sinal vermelho, e atravessou a rua, em direção a um local ermo, discreto.

Sentou-se lá no chão, e retirou um revolver de calibre 38 da bolsa, colocando-o na boca.

Sorriu de leve e disparou contra si.Agora estava onde queria.

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