Eu confesso

Sentei-me a beira da calçada ontem desolada.
Muitas coisas passavam-me na cabeça, inclusive o suicidio.
Que forma covarde de dizer que te amo e que você me faz e fará falta pra sempre...
As vezes eu consigo entender porque certos desastres acontecem.
Enxuguei bravamente uma única lágrima que se alojou no cantinho do olho esquerdo, o cantinho apertado do coração.
Levantei minha cabeça e decidi desistir.
E que tipo de desistência tão querida é essa que nos faz arrepender?
Se fosse bom estar longe de você eu não sentiria tanta dor, tanta falta.
Se fosse tão facil deixar de te amar, eu nem teria começado a sentir isso tudo
Sinto falta do seu olhar, e ah como queria olha-lo de novo, ao vivo...
O teu café está na cozinha, magicamente posicionado, sempre que vou lá o vejo...
O teu cheiro no travesseiro que usa quando vem dormir aqui...
E até as gotinhas de chuva fazem um som que lembra a primeira vez em que te vi, subindo a escada rolante do metrô...
Porque é dificil?
Porque eu te amo tanto e não consigo fazer minha razão deitar-se e relaxar, enquanto você me mostra o quanto me quer...
Eu vou viver amargando essa dor...Eu nunca mais vou ter alguem como você do meu lado...
Eu sequer desejo ter outra pessoa do meu lado depois de tê-lo...
Eu queria muito poder te ligar e pedir perdão, me declarar, e pedir pra você voltar...
Mas essa louca coragem e as palavras só aparecem quando eu tô brava...
Eu sempre falei muito sem pensar...dizem que é uma qualidade.
Nunca acreditei que fosse...porque todas as vezes que eu falei o que queria, eu perdi alguem querido...
Eu quero mudar, por você...
E eu não quero te esquecer...
Eu espero que um dia me perdoe...
E eu confesso... confesso meu arrependimento de jogar alguem como você fora da minha vida...e se eu pudesse, voltaria atras e te diria pra gente falar dessas coisas olhando um pro outro...
Porque não há mais nada na minha vida que me faça mudar de idéia além do seu olhar...



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